Planejamento Familiar
A vasectomia bilateral é o nome técnico dado à cirurgia esterilizadora masculina. Este procedimento consiste da interrupção dos ductos deferentes que conduzem o sêmen do testículo até a uretra onde é emitido durante a ejaculação. Existem diversas técnicas para realizar esta interrupção.
O recuperação pós-operatória costuma ser rápida com recuperação completa em 1 a 2 semanas. É importante ressaltar que, como qualquer cirurgia, o paciente submetido a vasectomia está exposta a complicações. As complicações mais comuns são:hematomas, infecções de ferida operatória e granulomas espermáticos.
De acordo com trabalhos científicos, existe ainda uma chance remota de recanalização que é extremamente baixa.
Outro cuidado importante está relacionada o tempo para que o procedimento seja efetivo. Sabemos que uma quantidade variável de sêmen permanece na via reprodutora após o procedimento. Isso pode levar a gravidez no pós-vasectomia. Por isso, é fundamental a realização de espermograma que demonstre contagens nulas de espermatozoides antes de partir para relações sexuais desprotegidas.
Dúvidas comuns sobre Vasectomia
Existe chance de ficar impotente após vasectomia?
Não, a secção dos ductos deferentes não interfere com a potencia sexual.
Eu irei parar de ejacular? Ou ter orgasmo?
Não, a maior parte do fluido ejaculado vem das vesículas seminais e próstata e não é afetado pela vasectomia. Quanto ao orgasmo, não há qualquer relação entre ductos deferentes e o orgasmo.
Entenda como é feito o procedimento da Vasectomia
A técnica tradicional é realizada através de anestesia local e sedação, no modelo de day clinic. A internação é curta apenas para realização do procedimento com alta após recuperação anestésica. São realizadas 2 incisões de aproximadamente 0,5 a 1 cm em cada lado da bolsa escrotal. Após o corte existe grande variabilidade de maneiras de se garantir a interrupção do fluxo de sêmen, sendo as principais: cauterização, ligadura com fios de sutura e inversão.
Legislação
A vasectomia, segundo a lei brasileira, somente pode ser realizada em homens maiores que 25 anos ou com pelo menos 2 filhos vivos. A única exceção a esta regra esta nos casos em que a esposa apresenta risco de vida em caso de gestação. Paciente que optam por esta forma da evitar filhos devem estar convictos do procedimento pois os resultados com a cirurgia de reversão são pobres. Sendo assim, existe um carácter definitivo associado ao procedimento.
Como reverter a vasectomia?
A reversão da vasectomia é da competência do urologista
Dr. Sérgio é pioneiro neste procedimento com o uso de microscópio.
A porcentagem de indivíduos que repensam a opção da vasectomia varia de 2 a 6%. Essa situação deve-se normalmente ao desejo de novos filhos com a mesma parceira ou devido a um novo casamento. Nessa situação existem duas opções de tratamento: reverter a vasectomia, ou seja, desfazer a cirurgia com uma alta taxa de sucesso e que permite a obtenção de gravidez através de relações sexuais, ou optar pelo bebê de proveta com espermatozoides retirados do interior do testículo, técnica chamada de reprodução assistida ou ICSI, que consiste na injeção, em laboratório, de um espermatozoide dentro de um óvulo maduro retirado da parceira.
A reversão da vasectomia é da competência do urologista, mas a necessidade de treinamento em microcirurgia, a pressão determinada pelos ginecologistas na realização de reprodução assistida e a desinformação sobre os bons resultados da reversão levam a uma subutilização da técnica. Os próprios urologistas, não afeitos ao procedimento e sem experiência na técnica, não realizam a reversão e também não recomendam o procedimento.
A reversão da vasectomia é realizada por meio de uma anastomose (emenda) entre os cotos (partes) do deferente (canal por onde transitam os espermatozoides desde o testículo até a vesícula seminal) que foram interrompidos, ou entre o deferente e o epidídimo (estrutura junto do testículo onde os espermatozoides amadurecem e ganham motilidade), obrigatoriamente com auxílio de magnificação de imagem (microscópio cirúrgico). O uso do microscópio é que permite os bons resultados após a reversão. Reversão sem microscópio diminui a chance de sucesso do procedimento.
Os resultados de permeabilidade (taxa de sucesso) e gravidez para reversão são respectivamente 97% e 76% com vasectomias de até três anos, 88% e 53% para intervalos entre 3 e 8 anos, 79% e 44% para intervalos entre 9 e 14 anos e 71% e 30% para tempo igual ou superior a 15 anos.
Os fatores que influenciam o sucesso da cirurgia são: intervalo de tempo entre a vasectomia e a reversão, emprego de técnica microcirúrgica, experiência do cirurgião e a presença de espermatozoides na secreção avaliada da porção do deferente que vem do testículo no momento da cirurgia. O fator que influencia na ocorrência de gravidez é a idade da parceira, porém mesmo com esposas acima de 35 anos o casal pode ter uma boa chance de engravidar após a reversão.
A taxa de complicação após as cirurgias de reversão é extremamente baixa. As mais frequentes são hematoma e infecção, raramente necessitando de tratamento.